Distante, Deserto, Nordeste, Brasil...
Foi de lá: da província mais orgulhosa do Nordeste brasileiro, do melhor feudo daquelas terras, o início da minha jornada rumo a onde tudo acontece.
Já estava enjoado de tudo que acontecia por aqui, a impressão que dava é de que toda vez as mesmas pessoas estão nos mesmos lugares fazendo o mesmo.
Mas meu amor, a gente junto não rola.
Acho que recifense é igual ao povo da Geórgia, não pode estar longe do lar e aceitar a idéia de não falar do mesmo... mesmo quando estamos no lugar mais fantástico da américa latrina.
Eu esperava ficar impressionado frente aos regionalismos indecifráveis daquela torre de babel de asfalto e alturas, mas parece que tudo de único que os habitantes de lá dizem, vem até nós pela Rede Globo. Já o inverso passava longe de mostrar-se verdadeiro, tal qual um morador do Bairro da Liberdade em plena Avenida Paulista, demos diversas aulas de pernambuquês pelas ruas e esquinas da nossa Grande Maçã.
E para ajudar nossos queridos e ao vivos amigos a entenderem melhor o que falamos, aí vai um mini-Aurélio, dez pequenos verbetes de presente:
Nosso idioma é a mesma língua...
- Bacurau = ônibus da madrugada.
- Biloto = botão.
- Bulir = mexer.
- Estilar = não aguentar brincadeira.
- Miar/Morgar (o programa) = não acontecer o programa planejado.
- Remoso = a gente já explicou isso tantas vezes que nem vale mais a pena falar.
- Virado = apressado, ligeiro.
- O biscoito é doce, a bolacha não. Independente de formato.
- Galalau = homem bem grande.
- Parada é onde os ônibus param. Ponto aqui é de puta.
Tudo lá foi fabuloso! A dura arte das esquinas, a deselegância discreta das meninas, a gentileza e paciência, os drinques a dez reais! Tudo!
Um lugar e um alguém que tornarão-me mais feliz.
Prometo uma grande festa repleta de músicas toscas da terrinha para quando vierem aqui.
É, vocês virão para Recife.
Parecia um astronauta na lua. Mas não era a lua. Não, não, não era a lua. Apenas quadras distantes da minha rua.
E nossa eterna anfitriã terá direito a tudo pago, retribuição dos nativos.
Beijos para as meninas, abraços para os rapazes.
Não vou à estação de trem me despedir, não vou me mostrar na plataforma 6...
PS: Os textos em itálico fazem parte de trechos de músicas do grande vocalista, instrumentista e letrista gaúcho Júpiter Maçã.
5 comentários:
O texto tá ótimo, mas Victor achou três palavras contra as regras.
Coisas, Contrário e Sentir.
E lá vai a revisão...
Quem achar agora ganha um doce.
Agora sim.
Eu sou ESTILÃO... Miar/Morgar é daqui também, "remoso" vou adotar e é PARADA de ônibus mesmo...
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