sexta-feira, 27 de março de 2009

Olha o Retirante

(Resposta ao I Desafio Asterístico)

Distante, Deserto, Nordeste, Brasil...


Foi de lá: da província mais orgulhosa do Nordeste brasileiro, do melhor feudo daquelas terras, o início da minha jornada rumo a onde tudo acontece.

Já estava enjoado de tudo que acontecia por aqui, a impressão que dava é de que toda vez as mesmas pessoas estão nos mesmos lugares fazendo o mesmo.

Mas meu amor, a gente junto não rola.

Acho que recifense é igual ao povo da Geórgia, não pode estar longe do lar e aceitar a idéia de não falar do mesmo... mesmo quando estamos no lugar mais fantástico da américa latrina.

Eu esperava ficar impressionado frente aos regionalismos indecifráveis daquela torre de babel de asfalto e alturas, mas parece que tudo de único que os habitantes de lá dizem, vem até nós pela Rede Globo. Já o inverso passava longe de mostrar-se verdadeiro, tal qual um morador do Bairro da Liberdade em plena Avenida Paulista, demos diversas aulas de pernambuquês pelas ruas e esquinas da nossa Grande Maçã.

E para ajudar nossos queridos e ao vivos amigos a entenderem melhor o que falamos, aí vai um mini-Aurélio, dez pequenos verbetes de presente:

Nosso idioma é a mesma língua...
  • Bacurau = ônibus da madrugada.
  • Biloto = botão.
  • Bulir = mexer.
  • Estilar = não aguentar brincadeira.
  • Miar/Morgar (o programa) = não acontecer o programa planejado.
  • Remoso = a gente já explicou isso tantas vezes que nem vale mais a pena falar.
  • Virado = apressado, ligeiro.
  • O biscoito é doce, a bolacha não. Independente de formato.
  • Galalau = homem bem grande.
  • Parada é onde os ônibus param. Ponto aqui é de puta.
É frequentadora assídua do templo hare krishna, mas mesmo assim ela não fica leve.

Tudo lá foi fabuloso! A dura arte das esquinas, a deselegância discreta das meninas, a gentileza e paciência, os drinques a dez reais! Tudo!

Um lugar e um alguém que tornarão-me mais feliz.

Prometo uma grande festa repleta de músicas toscas da terrinha para quando vierem aqui.

É, vocês virão para Recife.

Parecia um astronauta na lua. Mas não era a lua. Não, não, não era a lua. Apenas quadras distantes da minha rua.

E nossa eterna anfitriã terá direito a tudo pago, retribuição dos nativos.

Beijos para as meninas, abraços para os rapazes.

Não vou à estação de trem me despedir, não vou me mostrar na plataforma 6...

PS: Os textos em itálico fazem parte de trechos de músicas do grande vocalista, instrumentista e letrista gaúcho Júpiter Maçã.

5 comentários:

Clarissa disse...

O texto tá ótimo, mas Victor achou três palavras contra as regras.

Coisas, Contrário e Sentir.

Rafael Formiga disse...

E lá vai a revisão...

Rafael Formiga disse...

Quem achar agora ganha um doce.

Clarissa disse...

Agora sim.

Daniel Bastos disse...

Eu sou ESTILÃO... Miar/Morgar é daqui também, "remoso" vou adotar e é PARADA de ônibus mesmo...