quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Querido Diário,

Hoje (ou seria ontem? Já não sei mais) eu fui dormir às 3h30 da manhã, porque quando cheguei do trabalho minha mãe ficou conversando comigo sobre a vida, a morte e as entrevistas de emprego. Até tomar banho e me arrumar pra dormir foi chão.

Acordei sozinha às 8h10. Não estava com muito sono, mas achei um absurdo ter dormido só quatro horas e quarenta minutos sendo que eu poderia dormir mais um pouco. Dormi de novo, e quando acordei de novo já era 12h14. Morrendo de cólica e simplesmente não conseguia sair da cama. Fiquei mais um pouco, já que a idéia de ir ver um filme da Mostra antes do trabalho não poderia mais ser colocada em prática pelo horário.

Levantei, fui almoçar (comida empurrada, eu não estava com um pingo de fome), assisti umas coisinhas enquanto arrumava um pouco meu quarto e fui me arrumando pra sair pra trabalhar. Saí de casa a tempo de chegar no metrô uns dez minutos antes do meu ônibus para o aeroporto sair.

É, isso se fosse um dia normal. Não estava chovendo, mas um semáforo (sinal, farol, que seja) no meio do caminho até o metrô estava quebrado (depois fiquei sabendo que era pela terceira vez no dia), trazendo a necessidade de um enorme desvio que causou um mega congestionamento. Eu não ia conseguir chegar no horário nem que chovessem moedas de ouro. Desci do ônibus e peguei um táxi até o aeroporto (do ponto em que eu estava valia a pena fazer isso), porque não queria chegar atrasada pela segunda vez na mesma semana.

Cheguei lá quinze minutos antes do meu horário, toda feliz (mas triste ao mesmo tempo de ter que gastar dinheiro com táxi), quando olho minha posição do dia e fico sabendo que o voo do qual eu seria responsável estava atrasado duas horas e vinte minutos e que eu teria que ficar. Quanta felicidade.

Operação normal, pérolas habituais dos passageiros, de repente uma moça de agência de turismo me chama num canto e pergunta "O que aconteceu com a sua calça?". Pois é, tinha rasgado. Tive que fazer umas gambiarras pra isso não aparecer. A essas alturas eu já estava com uma dor de cabeça monstro. Pedi pra sair pra comer.

Tenho quinze minutos pra comer. Deles, quase dez foram gastos pra comprar a comida. Pra quê comer com calma?

Mais tarde, já na sala esperando dar o horário para o embarque do voo atrasado, eu e os outros dois felizardos do último horário já estávamos pra lá de cansados, bocejando horrores. Até que começamos a simular o embarque:

- Bom dia... (boceja), desde que (boceja)... desculpa, passou pelo check-in até agora onde ficou a bagagem de mão?
- (Boceja) Embaixo da minha cabeça, esperando dar o horário de embarcar, tava dormindo ali no banquinho.

E não é que o segundo passageiro que eu atendi no finger falou exatamente isso?

E mesmo com o voo atrasado teve duas bonitas que resolveram se perder no duty free. Tivemos que chegar ao ponto do "Decide filha, ou faz compra aqui ou embarca, você que sabe".

Todos a bordo, enquanto esperávamos o avião ser rebocado para a pista, começou a brincadeira. Deu ataque de bobeira em todo mundo,  começamos a relembrar o caso Oxané (informem-se) e nos matamos de rir. Mas era um riso nervoso. Até que começamos:

- Gente, gente, momento histórico. Aeroporto de Guarulhos, portão 18, Horário de Brasília, 2h13 da manhã, e estamos aqui nos matando de rir zoando com o louco que falou Oxané.
- (Fingindo falar no microfone) Atenção passageiros. Convidamos todos a embarcarem no voo 1234 da Oxané (com sotaque japonês). Desejamos uma ótima viagem, né?

Avião rebocado, papelada quase toda arquivada, desço na sala da terceirizada para pegar o voucher do meu táxi pra casa. O táxi demora quinze minutos pra chegar. E o motorista era um pé no saco.


Cheguei em casa às 3h30, elétrica, porque na hora que eu queria dormir não podia e o sono passou. Cá estou escrevendo esse monte de coisas que ninguém precisava saber só pra ver se o sono vem.

Sério. Quero uma vida de volta. E quero ser mimada. Assim não tá dando não. 

Um comentário:

Lini disse...

Assine a carta demissional.
Fikdik.