Quando eu penso que estou numa fase muito internacional da minha vida musical e achando, na música nacional, coisas legais, mas pouco que me atingisse de verdade... conheço
Siba.
Sentiram a intimidade? Mais surpreendente ainda é ser um som não só brazuca como também regionalíssimo. Ciranda, caralho.
Você fica vendo aqueles repentistas e cantadores que fazem rimas com o nome da sua cunhada na praia pra ganhar uns trocadinhos e acha interessante. No mínimo, raciocínio rápido as criaturas têm. Siba é uma coisa meio... repentista filosófica cultural carnavalesca. Aquela coisa que você sabe que no show vai fazer subir um arrepio na espinha.
Os caras falam de tudo. Morte, mundo em constante mudança, capitalismo, natureza, futebol... a primeira música
("Pisando em praça de guerra") do CD que tô escutando
(Capa abaixo) já é uma grande metáfora que trata o trabalho de um mestre cirandeiro como uma preparação para uma guerra, digamos, cultural. Foda, foda, foda... não tem outra palavra. Parece que eles suaram a música enquanto dançavam ciranda, faz você ficar arrastando a sandália no chão na frente do pc.
Sempre achei legal manifestações regionais e etc. Mas daí a entrar pra playlist é uma coisa muito diferente. Altamente recomendo e deixo vocês com a capa do CD "Toda vez que eu dou um passo o mundo sai do lugar" que é legal...

... e, claro, com um trecho de uma letra foda deles, chamada "A velha da capa preta"...
"E a morte anda no mundo
espalhando ansiedade,
angústia, medo e saudade,
se propagando o esparro.
Sua güela tem pigarro
e sua voz é muito rouca
sua simpatia é pouca
e o seu semblante é bizarro
e a vida é como um cigarro
que o tempo amassa e machuca
e a morte fuma bituca
e apaga a brasa no barro."Siba e a Fuloresta....Tudo isso num ritmo animado e contagiante. Vô-te!